quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Melhores Filmes de 2016...
Na minha opinião



Este foi um ano maldito em quase tudo, mas houveram algumas coisas boas que merecem ser mencionadas, o cinema de 2016 foi decente, não tão bom quanto 2014 e 2015,  mas ainda bom suficiente para um artigo inteiro.

Então irei comentar sobre meus filmes favoritos desse ano, e algumas menções honrosas, vale lembrar que todos os filmes foram selecionados com base na minha opinião, então se você achar que falta algum filme na lista, é porque eu não assisti ou não gostei.

Vou começar com os filmes maiores (não necessariamente os que gostei mais), os blockbusters que provavelmente todo mundo viu e depois irei comentar sobre filmes mais obscuros, não tem uma ordem de preferência exata, exceto por um filme.

Zootopia
Dirigido por Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush.



Zootopia estreou bem no inicio do ano e lembro de ter gostado tanto que já tinha colocado em primeiro lugar até então, não está mais no topo da lista, mas certamente é meu segundo favorito. A animação é linda, a mensagem é bem interessante (e bem mais adulta que muitos outros desenhos) e o humor está no ponto, esse foi um dos poucos filmes que cheguei a gargalhar alto em alguns momentos.

Diria que Zootopia é provavelmente meu filme favorito dessa nova "renascença" da Disney que começou com Enrolados, primeiro que não é um musical (eu agradeço) e o humor e a mensagem fazem bem mais o meu tipo.


Star Wars: Rogue One
Dirigido por Gareth Edwards



Rogue One foi muito melhor do que eu esperava, mesmo sendo um grande fã de Star Wars, estava preocupado como esse filme ia ser, e as noticias de regravações não ajudaram muito minhas esperanças, sem falar que o diretor do filme, Gareth Edwards , dirigiu minha maior decepção de 2014, aquele filme do Godzilla, que foi uma das maiores coleções de más decisões que já vi num filme, esperava que Rogue One iria se tornar a maior decepção desse ano também.

Mas estive bem enganado, cheguei até a gostar mais que o Episódio VII, pois enquanto esse se segurava demais na fórmula da franquia, Rogue One tem mais coragem de ter seu próprio estilo, é certamente bem mais sério e sombrio que o resto da série (até mesmo O Império Contra-Ataca).

Muitos reclamaram que os personagens não são muito carismáticos, eu achei eles bem decentes, é claro que poderiam ser um pouco melhores, mas não é nada que realmente comprometa a história, além do mais, esse filme tem a melhor batalha espacial e a melhor cena do Darth Vader de toda a franquia.

E isso já é o suficiente pra entrar na lista.


Doutor Estranho
Dirigido por Scott Derrickson



Doutor Estranho também foi uma surpresa pra mim, porque admito que achei Capitão América: Guerra Civil um tanto decepcionante (sei que estou numa minoria e irei explicar isso melhor depois), então fui assistir esse com pouca expectativa e pouco conhecimento sobre o personagem, e acabei gostando bastante.

Mesmo sendo muito semelhante ao primeiro filme do Homem de Ferro (o protagonista e a estrutura é quase idêntica), os visuais psicodélicos e cenas de ação criativas fazem esse filme estar acima da média da Marvel.



Dois Caras Legais
Dirigido por Shane Black



Este foi uma divertida homenagem aos filmes policiais dos anos 70 e 80, o famoso gênero de "buddy cop", tanto que o diretor do filme é o roteirista original da franquia Máquina Mortífera, e se você gosta de filmes naquele estilo, você provavelmente vai gostar desse.

O humor é bem sarcástico (exatamente meu estilo de humor favorito) e o carisma dos protagonistas (Ryan Gosling e Russel Crowe) funciona muito bem com a época e o cenário (a indústria pornográfica nos anos 70), as cenas de ação são bem violentas, imagine o filme Boogie Nights (1997) com alguns galões de sangue a mais.

Infelizmente o filme não fez muito sucesso nos cinemas, mas ele já se encontra na Netflix e certamente merece uma chance.


Hush - A Morte Ouve
Dirigido por Mike Flanagan


Hush foi uma boa surpresa em um gênero mega manjado (o filme de terror de invasão domiciliar), é o básico que você já deve ter assistido milhões de vezes, mas com um fator interessante que muda tudo, a protagonista é surda e muda, o que ajuda muito o assassino mascarado, o filme logo se torna um jogo de gato e rato onde o mais inteligente sobrevive.

Esse diretor (Mike Flanagan) gosta de pegar esses roteiros simples e transforma-los em algo mais criativo, tanto que ele já fez isso com a história de objetos assombrados em O Espelho, filme que já mencionei nos melhores de 2014.

A atriz Kate Siegel convence tanto no papel que depois de assistir fui procurar na internet se ela realmente era muda e surda (ela não é), esse também pode ser visto na Netflix pois aparentemente depois de um festival, o pessoal do serviço curtiu tanto o filme que comprou imediatamente os direitos dele.

Foi uma boa compra.



Rua Cloverfield 10
Dirigido por Dan Trachtenberg



Poucos se lembram do filme Cloverfield - Monstro de 2008, era um "found footage" (mesmo gênero de filmes como a Bruxa de Blair e Atividade Paranormal) sobre um ataque de monstro gigante em Nova York, e nesse ano passou uma ótima continuação que passou despercebida, e que não tem quase nada em comum com o original.

Primeiramente, Rua Cloverfield 10 é um filme normal (não é found footage) com atores conhecidos como Mary Elizabeth Winstead (a Ramona do Scott Pilgrim) e John Goodman (o Fred do filme dos Flintstones), assim como Hush ele é um filme de suspense extremamente claustrofóbico.

A história é sobre uma mulher que acorda num bunker debaixo da terra que pertence a um homem bem suspeito, ele jura que o ar fora do bunker é tóxico (que pode ou não ter relação com o monstro do primeiro filme), não direi mais nada porque iria ser spoiler, mas posso dizer que o filme é muito tenso, paranoico e tem uma conclusão surpreendente.

Mesmo que você tenha odiado o primeiro filme, esse ainda vale a pena.


Sala Verde
Dirigido por Jeremy Saulnier



Sala Verde é meu filme de terror favorito do ano, e sim, é mais um filme de espaços fechados e uma situação maldita. Na trama, uma banda punk, por falta de dinheiro, aceitam fazer um show num bar de Neonazistas (péssima ideia), é claro que as coisas dão errado e a banda fica presa numa sala verde (sacou?) com uma galera bem radical querendo arrancar o couro de cada um.

A melhor palavra para descreve-lo é brutal (ou punk, se preferir), a violência acerta em cheio, dá pra sentir cada facada, tiro e porrada mostrada na tela, o filme conta com o falecido Anton Yelchin (o Chekov dos novos Star Trek) e Patrick Stewart (o Professor Xavier) como vilão neonazista.



O Lagosta
Dirigido por Yorgos Lanthimos



Esse filme é a prova definitiva que a cada ano eu estou me tornando um maldito hipster metido a besta, pouquíssimas pessoas conhecem esse filme, pra falar a verdade, eu nem sei se ele foi lançado aqui, admito que assisti por meios "alternativos" porque as criticas foram muito boas.

O Lagosta é um filme mega bizarro, ele é quase surreal, mas não totalmente, pois ainda segue certas regras de lógica, uma lógica própria criada pelo filme.

Pense mais num filme como Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, que é certamente esquisito mas não tão difícil de entender, é bem uma mistura de Charlie Kaufman com Wes Anderson.

A trama mostra um mundo onde toda pessoa que fica solteira por muito tempo é transformada em um animal(!!!), e essas pessoas são mandadas para um hotel para conhecer e namorar alguém antes que atinjam a "data de validade" e sejam transformadas.

O nome do filme é uma menção ao animal que o protagonista quer se tornar (e a explicação do porquê é hilária), O Lagosta não é um filme para todos os gostos, se você for procurar por discussões na internet, tem pessoas que juram que esse é o pior filme que viram na vida.

Eu discordo obviamente, eu amei esse filme.

O fato é que a situação é tão absurda que você não leva tão a sério, mas ao mesmo tempo, de forma bem estranha, é um filme bem depressivo, não tem respostas fáceis ou desfechos felizes aqui, o humor é bem irônico, você pode rir, mas a melancolia está presente por toda sua duração.

Porque o filme fala sobre como a sociedade impõe noções exageradas sobre relacionamentos amorosos, "se você não se casar até os 30 anos, você nunca vai achar ninguém" e "você precisa encontrar um parceiro(a) e amar essa pessoa eternamente".

Você imaginou quantas pessoas tomaram péssimas decisões na vida por causa desses julgamentos? Quantas pessoas casaram sem ter certeza de que era realmente aquilo que queriam? acho que o número de divórcios responde bem a minha questão.



E o meu filme favorito desse ano é:

Sing Street: Música e Sonho
Dirigido por John Carney



A antítese do filme acima, Sing Street é o melhor romance do ano e um dos melhores filmes sobre música que já vi, se você como eu gosta de bandas como The Cure, Duran Duran e Depeche Mode, esse filme foi feito em medida para você.

A trilha sonora original é ótima e poderia muito bem ser um álbum de sucesso se fosse lançado na época, o humor e o drama são bem balanceados, é um filme perfeito para se sentir bem em um ano terrível e de poucas esperanças.

Sei que escrevi pouco, mas não há muito o que falar, todo mundo que vi assistindo amou o filme.




Menções honrosas

Filmes que foram bons, mas que tem alguns problemas que os impedem de estar na lista.

Procurando Dory
Dirigido por Andrew Stanton e Angus Maclane



Procurando Dory foi um filme decente, nada incrível como o primeiro filme, pois a magia parece ter acabado após tanto tempo esperando por essa continuação, mas ainda faz seu trabalho consideravelmente.

Capitão América: Guerra Civil Briga Escolar Civil
Dirigido por Anthony e Joe Russo



A cena do aeroporto foi espetacular e a participação do Homem-Aranha foi bem legal, mas achei que faltou algum impacto realmente dramático na tal "guerra", que mais pareceu uma briga de recreio no colégio.

Alguns culpariam a Disney, mas se vocês viram o final de Rogue One, vocês sabem que a empresa não teria problema nenhum em fazer algo mais pesado.

Invocação do Mal 2
Dirigido por James Wan



Eu gostei do cenário dos anos 70 e a homenagem aos filmes e casos sobrenaturais da época, as atuações são boas, principalmente da criança possuída, mas meu problema é que Invocação do Mal 2 ultrapassa o número aceitável de sustos e começa a ficar engraçado depois de um tempo.

Se a cada segundo você espera levar um susto,  já não é mais assustador, é um teste de previsibilidade.

O Homem nas Trevas
Dirigido por Fede Alvarez



O filme começa muito bem e usa sua trama de forma criativa (ladrões invadem a casa de um cego, mas ele é um psicopata e começa a caçar eles), mas próximo do final tem uma cena extremamente nojenta e desnecessária que não precisava estar no filme e a única coisa que o impediu de estar na lista.

Além do mais, ele é muito parecido com Hush, Rua Cloverfield 10 e Sala Verde, então eu tive que tirar um.

Deadpool
Dirigido por Tim Miller



Deadpool foi exatamente o filme que deveria ser, foi engraçado, violento e cheio de referências, mas por trás disso você tem a mesma história de origem e a mesma história de vingança de sempre. Deadpool foi criado por Rob Liefeld, um cara que todos fãs de quadrinhos sabem ser "limitado", principalmente com roteiros e muito mais com desenhos.

O criador de Deadpool é o mesmo que desenhou essa abominação

Pelo menos o filme do personagem dele foi legal.

Kubo e as Cordas Mágicas
Dirigido por Travis Knight



Do mesmo estúdio que fez Coraline e Paranorman, se você gostou desses dois filmes você provavelmente vai gostar desse também, a animação é linda, a história é diferente, mas interessante, e tem muita inspiração de Studio Ghibli aqui.

Parece uma descrição perfeita para um dos melhores filmes do ano, mas por alguma razão eu não fiquei muito empolgado assistindo ele.

Ainda merece ser visto e mencionado, pelo menos.

A Bruxa
Dirigido por Robert Eggers



Uma escolha controversa, eu não achei tão bom quanto os críticos apontaram e nem tão ruim quanto a audiência disse ser, e pode ter certeza que muita gente odiou esse filme, mas eu consigo ver ambas as opiniões. A Bruxa é muito bem atuado, escrito (todas as falas são exatamente de acordo com a linguagem da época) e dirigido, mas também é um tanto parado, chato e as coisas que deveriam ser assustadoras não acabam assustando tão bem.

Eu deveria ter medo de um coelho e uma cabra? eu sei que o capeta está neles, mas acho que é pedir demais.

A única exceção é a cena do bebê, que realmente foi perturbadora. E a atriz principal (Anya Taylor-Joy) é muito boa, e espero ver ela em mais filmes.


The Neon Demon
Dirigido por Nicolas Winding Refn



Esse é o único filme que eu colocaria entre os melhores e os piores do ano, The Neon Demon é ainda mais bizarro que outros filmes que citei aqui, não só é surreal, mas também é doentio, eu quase vomitei várias vezes próximo ao final. O próximo paragrafo contém spoilers, mas estarão marcados pra vocês pularem se quiserem.

Esse filme contém cenas de necrofilia explicita, canibalismo e uma cena bizarra onde uma mulher menstrua um rio de sangue, sem falar de um momento onde uma modelo vomita um olho e outra modelo come o olho regurgitado.

Não é um filme saudável

Eu não recomendo de jeito nenhum, porém, é a melhor fotografia do ano sem dúvidas, e se não fosse o teor pesado do filme, seria a escolha perfeita para o Oscar de fotografia.


Os Oito Odiados
Dirigido por Quentin Tarantino




Sabe, Os Oito Odiados é um ótimo filme...

depois dos primeiros 60 minutos que são inegavelmente muito chatos.


E essa foi minha lista de filme favoritos do ano de 2016, muito em breve irei postar o artigo de melhores músicas do ano e talvez um artigo de melhores séries do ano.





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